matriz nomotética e quantificadora
1 INTRODUÇÃO Na prática científica, especialmente no caso das ciências naturais, há o anseio de tornar compreensível o domínio da experiência. A crença numa ordem natural, assumida pelas ciências naturais – baseando-se na alta predisposição de nossa espécie para procurar, descobrir e inventar regularidades que permitam a previsão –, orienta o pesquisador na procura de sistemas classificatórios que dividem a realidade de acordo com as diferenciações mais convenientes e de leis gerais que descrevam de maneira mais aproximada as relações entre os fenômenos. Uma vez que os sistemas classificatórios e as leis têm valor de hipóteses, precisam ser corrigidos sempre que se revelarem incapazes de proporcionar descrições e explicações satisfatórias.
2 A ORDEM NAS APARÊNCIAS As teorias devem ser formuladas em linguagem matemática para que assegurem deduções exatas. Nesse sentido, são concebidas como mecanismos de descrição e previsão que se restringem à construção de dispositivos de cálculo, sem nenhuma preocupação com a natureza do ser e renunciando à determinação da sua essência.
3 A ORDEM NATURAL A partir de Galileu e Descartes, a matemática recebe a função de expressar as “leis da natureza”. Nessa nova perspectiva, vê-se nas funções matemáticas a expressão objetiva da ordem natural, onde a ideia de previsão é condicionada por uma abstração preocupada apenas com o puramente racional, na qual o mundo da experiência cotidiana é substituído por um universo matematizado e homogeneizado, impondo a tarefa de oferecer explicações unitárias. As hipóteses descritivas e explicativas, já que pretendem representar a essência dos fenômenos naturais, devem convergir para um sistema e ser dedutíveis de alguns poucos axiomas.
4 A EXPANSÃO DA ORDEM NATURAL Nos domínios da experiência, o homem abriu caminho para a ciência: a química enterrou definitivamente a alquimia (Lavoisier trouxe para a