Matriz fenomenológica e existencialista.
O projeto cartesiano busca um fundamento absoluto e indubitável para o conhecimento. Para Husserl esta busca corresponde à intencionalidade. Descarte alcançou o sujeito pensante, mediante o exercício da dúvida metódica, como sendo a única evidência de que não se pode duvidar. Na opinião de Husserl, porém, Descartes não aprofundou sua investigação epistemológica, retornando muito rapidamente do eu penso ao mundo natural,restabelecendo muito cedo a confiança nos dados empíricos. Para Husserl evidências, às quais a fenomenologia deve se ater e a respeito das quais pode se constituir como ciência rigorosa, serão os atos da consciência intencional, isto é, a consciência de alguma coisa e seus respectivos objetos imanentes. A fenomenologia estabeleceria relações com todas as ciências, mas com as ciências humanas, estabeleceria relações particulares.
O encontro da fenomenologia com as ciências humanas:
Husserl encerra suas meditações cartesianas apontando na direção de umamudança nas relações entre conhecimento empírico e subjetividade, como as estabelecidas no objetivismo cientificista. Para Husserl o esclarecimento do homem é uma pré-condição onde deve-se fundamentar o conhecimento do mundo. A fenomenologia herda a disposição iluminista de abolição dos preconceitos e das crenças mal-fundadas. A fenomenologia é um anti-romantismo e manifesta-se oposta ao historicismo de Hegel e Dilthey defendendo a legitimidade de um conhecimento invulnerável. Esposa com máxima fidelidade a perspectiva cartesiana e kantiana, radicalizando e opondo-se à vertente objetivista doiluminismo, opondo-se ao naturalismo e ao ceticismo psicologista. Da superação dos preconceitos, emerge uma egologia e assim aproxima-se das ciências do espírito articuladas sob inspiração romântica. A separação entre sujeito e objeto é abolida na fenomenologia.Seus objetos são os objetos da consciência para consciência. Seu método é a contemplação imediata, destes