Matriz Fenomenologica e Existencialista
As ciências da compreensão e da interpretação enfrentam com dificuldade o problema da verdade: como produzir, como identificar e como fundamentar uma interpretação verdadeira? Tanto os estruturalismos como a fenomenologia, enquanto matriz de pensamento psicológico representam respostas alternativas para esta problemática; ambos se auto-proclaman adequados para a construção de disciplinas compreensivas rigorosamente científicas. A fenomenologia se preocupa essencialmente com o rigor epistemológico, promovendo a radicalização do projeto de analise critica dos fundamentos e das condições de possibilidade do conhecimento.
A fenomenologia e a questão epistemológica
O projeto cartesiano se norteia pela busca de um fundamento absoluto e indubitável para o conhecimento. Segundo Husserl, esta busca corresponde à intencionalidade operante em toda prática cientifica; a ideia de ciência traria implícita a exigência de uma fundamentação sólida, metodicamente obtida e rigorosamente avaliada. Foi mediante o exercício da dúvida metódica que Descartes alcançou o sujeito pensante como sendo a única evidência de que não se tem o direito de duvidar. A filosofia de Husserl terá como tema apenas o que se constitui como objeto da experiência possível: os fenômenos. A fenomenologia será então a ciência descritiva destes objetos, a que se chega através da intuição pura, numa apreensão imediata da “coisa mesma” enquanto pura essência, ou seja, enquanto objetos ideais e isentos de qualquer pretensão à existência. O objetivo da fenomenologia será o de elucidar as estruturas formais (gerais e especificas) que operam de forma encoberta na organização da experiência segundo os diferentes modos da consciência visar seus objetos e de acordo com as particularidades das diversas regiões do ser (mundo natural, mundo animal, mundo cultural, mundo psicológico etc.) esta ciência do sujeito transcendental deveria desempenhar em relação