Matrix
Escrito no período do romantismo, retrata a vida do Rio de Janeiro no início do século XIX e desenvolve pela primeira vez na literatura nacional a figura do malandro.
Por ser originariamente um folhetim, publicado semanalmente, o enredo necessitava prender a atenção do leitor, com capítulos curtos e até certo ponto independentes, em geral contendo um episódio completo. A trama, por isso, é complexa, formada de histórias que se sucedem e nem sempre se relacionam por causa e efeito. “Filho de uma pisadela e de um beliscão” (referência à maneira como seus pais flertaram, ao se conhecer no navio que os conduz de Portugal ao Brasil), o pequeno Leonardo é uma criança intratável, que parece prever as dificuldades que irá enfrentar. E não são poucas: abandonado pela mãe, que foge para Portugal com um capitão de navio, é igualmente abandonado pelo pai, mas encontra no padrinho seu protetor. Esse é dono de uma barbearia e tem guardada boa soma em dinheiro. Enquanto o pequeno Leonardo apronta as suas diabruras pela vizinhança, seu pai, Leonardo Pataca, se envolve amorosamente com a Cigana, mas essa o abandona logo. Ele, então, recorre à feitiçaria para tentar trazê-la de volta. Porém, a policia chega e levam Leonardo Pataca preso. Ele pede socorro à Comadre, que pede ajuda a um Tenente-Coronel que se considerava em dívida com a família de Pataca, e ele logo é solto. Já o Compadre (ou padrinho) que cuidava do menino Leonardo havia aprendido o ofício de barbeiro com o homem que o criara. Foi para a África como médico em um navio negreiro e, durante a volta, o capitão em seu leito de morte lhe confiou um baú de dinheiro para que o entregasse a sua filha. Ele, porém, ficou com o dinheiro. Após isso aparenta ter se tornado um homem de bem e cria o Leonardo como se fosse um filho, sonhando em torna-lo padre. O menino, porém, causa transtornos por qualquer lugar onde passa e,