Matrix e a Sociedade Contemporânea

Em seu artigo The Matrix: A aventura da formação no mundo tecnologizado, publicado em 2007, Flávio Caetano da Silva propõe uma análise do atual sistema educacional, a partir do entendimento das reflexões abordadas no filme Matrix.
Flávio inicia a discussão mostrando ao leitor que o cinema é muito utilizado como método de ensino, pois ao mesmo tempo que ele reproduz a sociedade, também a transforma. Isso evidencia o quanto o ser humano está relacionado à maquina. Atualmente, é impensável viver sem as tecnologias de que dispomos. Sua velocidade de evolução e de propagação é extremamente rápida, gerando uma noção de tempo que contraria a natureza humana. Vivemos em uma sociedade em que tudo precisa ser rápido, o homem moderno não espera e vive conectado à máquina, seja no trabalho ou nos seus momentos de lazer. O ócio não existe mais, o homem não tem paciência de ficar sem fazer nada, apenas refletindo, nem por um mísero minuto. O resultado disso é uma sociedade consumista, desumanizada, vazia, com pessoas - que já não são mais indivíduos - incapazes de produzir pensamentos próprios, seguindo apenas as ideias massificadas, criadas para controlar e apassivar a população.
Esse problema constitui duas revoluções, como revela Flávio, uma silenciosa, referente ao surgimento dessa nova humanidade desumanizada e outra ruidosa, relativa à revolução tecnológica constante e infindável que presenciamos. Essa revolução tecnológica faz com que, cada vez mais, a realidade se divida em duas: a real, propriamente dita, e a virtual, ou artificial. Essa fragmentação ocorre nas pessoas também, todos têm sua vida real, na qual são o que a sociedade exige que sejam, e também uma vida virtual, na qual podem ser o que desejam ser. O problema é que essa vida virtual não ocorre dentro da mente das pessoas, como resultado da reflexão acerca do mundo, do autoconhecimento e do exercício da criatividade. Essa realidade virtual nada mais é do que uma extensão da verdadeira realidade com uma