The Matrix E O Mundo Em Que Vivemos
Real em que Vivemos
O filme "The Matrix" (copyright: Warner Bros. Pictures), nos apresenta uma realidade simulada, onde a Humanidade é escravizada por máquinas que manipulam as mentes das pessoas fazendo-as crer que estão vivendo num "mundo real". A finalidade desta escravidão é extrair de corpos humanos a energia necessária para abastecer a civilização das máquinas que, na mitologia do filme, em algum momento do século XXI adquirem consciência própria a partir do desenvolvimento da tecnologia de Inteligência Artificial (I.A.). Curiosamente, são os próprios homens que criam tal tecnologia, na esperança de que assim as máquinas pudessem servir à Humanidade para toda e qualquer tarefa, isto é, as máquinas seriam nossas "escravas". Porém, por uma triste ironia, em algum momento do não tão distante final do século XXII, as máquinas terão monopólio sobre nossas vidas e, deste modo, iremos servi-las como fonte de energia; numa das visões mais assombrosas do filme, vislumbra-se uma fazenda onde são cultivados seres humanos, presos em casulos e conectados a um grande sistema de simulação de realidade chamado "Matrix". O enredo de "The Matrix" em si pouca originalidade nos oferece. A tão alardeada "filosofia" do filme não passa de uma reunião de diferentes elementos da cultura pop mundial, e somente por isso consegue funcionar como canalizador das expectativas de indivíduos em toda parte do globo. As premissas filosóficas ali embutidas são rapidamente mescladas a distorções da teologia e amarradas por um fio condutor de ação ininterrupta - no caso, falamos das cenas coreografadas de lutas de artes marciais. O personagem principal, Neo (anagrama da palavra "One", o Escolhido), é apresentado como um Messias pós-moderno, capaz de transcender ao mundo verdadeiro, isto é, saltar para fora da "Matrix". Aqui temos um plágio grosseiro da "Alegoria da Caverna" de Platão, onde era sugerido um mundo no qual as pessoas não conseguiam ver a causa das