MATO GROSSO DO SUL: SUA ELITE E O GOLPE DE 1964
TÉC. ADM. LAURA HELENA DE ARRUDA SILVA – CPAN/UFMS
PROF. DR. MARCO AURÉLIO MACHADO DE OLIVEIRA - CPAN/UFMS
1.
O GOLPE E AS DISCUSSÕES POLÍTICAS NO SUL DE MATO GROSSO
Em virtude de sua posição geográfica, Mato Grosso veio a ter participação ativa no golpe de 1964. Sendo um Estado distante que serviu de sede a unidades menores das Forças
Armadas, para Mato Grosso foram transferidos alguns oficiais, ocupantes de postos de comando, não afinados com a orientação do governo de João Goulart.
Logo, repetia-se, mais uma vez, o que acontecera em outros episódios da história do
Brasil, Mato Grosso era uma espécie de “desterro”, como ocorrera com Deodoro da Fonseca, quando tomava vulto, em 1889, a campanha republicana e, com Serzedelo Correa, que, transferido para Corumbá para ficar distante da agitação política do Rio de Janeiro, integrou- se nos movimentos políticos mato-grossenses, promovendo o encontro, na “Cidade Branca”, dos então adversários Manoel Murtinho e Generoso Ponce, encontro do qual nasceu a revolução de
1906, que alijou do poder o Presidente Antonio Paes de Barros (Totó Paes).
Mas, durante o golpe a região teve um papel fundamental no desenrolar do evento. Para
Cuiabá veio comandar o 16º Batalhão de Caçadores o Coronel Carlos de Meira Mattos, que discordava dos rumos políticos que o país tomava. E assim, Mato Grosso passou a ser um dos centros da conspiração contra o governo federal, do qual participava o Governador, integrado ao movimento revolucionário em gestação.
Segundo Leite (1994: 39),
“Se de um lado a onda golpista que também varreu a América Latina a partir desta década atingiu as democracias dos países destes continentes, por outro, tal onda contemplou uma forma de ver o mundo e de como este deveria ser no seu futuro. A guerra fria sempre prestou um grande serviço à expressão das visões -de-mundo, ...”
Como comentado anteriormente, o Brasil passou por profundas