MATEMÁTICA E FILOSOFIA
Acaso haverá um abismo de conteúdo entre esses domínios do saber ? Não há nada comum entre Matemática e Filosofia?
Eis aí, o ofício impiedoso daquele que deseja esgalhar a árvore majestosa cuja seiva ainda alimenta a curiosidade humana, e a ramagem da qual abrigou toda a cultura religiosa do velho Oriente e toda a cultura científica da Grécia de Platão e Aristóteles. Com efeito, no começo tudo era saber depois Filosofia. Achando que sabedoria era termo só aplicável à Divindade; Pitágoras propôs outro termo mais modesto – filósofo – aos que se dedicavam ao estudo desinteressado da natureza. Aristóteles, mais tarde, chamou Filosofia à Ciência em geral. Não tardou, porém, que pouco a pouco fosse mirrando aquela árvore frondejante, porque dela se foram despegando, ingratas filhas, as ciências particulares que hoje desafiam arrogantes os investigadores na interpretação dos fatos. E logo se proclamou autônoma a primeira das ingratas – a Matemática, com a Geometria de Euclides, Pitágoras, Arquimedes, Eratóstenes, Aristarco, entre outros. Logo veríamos desenvolver-se a Aritmética e a Álgebra da China e dos Árabes. Al-Khowarizmi tornou-se uma palavra vernácula; através de seu livro mais importante, Al-Jabr nos deu uma palavra familiar Álgebra, onde coloca três itens básicos: raízes, quadrados e números. A semente árabe germina na Europa, onde Pascal e Descartes mostram que não há abismo entre Filosofia e Matemática. Em seguida, Newton nos apresenta o infinitamente pequeno lançando as bases para o Cálculo Diferencial e Integral. Seu adversário Leibnitz, quanto à paternidade do Cálculo, se referia a ele com as palavras: “Tomando a Matemática desde o início do mundo até o tempo de Newton, o que ele fez é de longe a melhor metade”. A Matemática, com uns lumes já de autonomia, começa deparar-se com as Geometrias Não Euclideanas de Gauss, Riemann e Lobatchevski, os números transfinitos de Cantor, os paradoxos dos Logicistas, a