Mata atlântica do nordeste
1. Introdução A diversidade biológica da Mata Atlântica está distribuída preferencialmente em, pelo menos, cinco centros de endemismos e duas áreas de transição. Esses centros e áreas representam as unidades biogeográficas básicas de toda a região da floresta atlântica. A porção de floresta referida aqui como Mata Atlântica do Nordeste compreende os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Do ponto de vista fitofisionômico, a Mata Atlântica do Nordeste abriga formações pioneiras, porções de floresta ombrófila densa e aberta, floresta estacional semidecidual e decidual. Do ponto de vista biogeográfico, a Mata Atlântica do Nordeste abriga quatro dos cinco centros de endemismo que ocorrem no bioma. Dois deles situam-se ao norte do Rio São Francisco, o Centro de Endemismo Pernambuco e os Brejos Nordestinos, esse último composto por ilhas de floresta estacional encravadas no semi-árido. Ao sul do rio São Francisco, estão os centros Diamantina e Bahia, os quais ocupam também pequenas porções de Minas Gerais e do Espírito Santo. Além do elevado número de espécies endêmicas, esses quatro centros estão entre as áreas mais ricas em espécies de toda a Mata Atlântica. O Centro Bahia é uma das porções mais ricas de floresta tropical do mundo. Infelizmente, a Mata Atlântica do Nordeste e seus centros de endemismos representam um dos setores mais degradados do bioma, abrigando dezenas de espécies oficialmente ameaçadas de extinção.
2. Situação Atual A Mata Atlântica no Nordeste cobria uma área original de 255.245 km², ocupando 28,84% do seu território. Os últimos esforços das organizações não governamentais, Sociedade Nordestina de Ecologia (SNE), Fundação SOS Mata Atlântica e parceiros governamentais para mapeamento da Mata Atlântica indicam que o bioma no Nordeste ocupa hoje uma área aproximada de 19.427 km², cobrindo uma