Mata atlantica
Novos e velhos modelos de exploração florestal
Evaristo Eduardo de Miranda varisto Eduardo de Miranda, Doutor em ecologia, pesquisador da Embrapa Monitoramento por Satélite
Dois estudos importantes sobre a exploração florestal no Brasil acabam de ser publicados. O primeiro mostra que em quatro séculos de Coroa portuguesa e de Império do Brasil foram extraídas cerca de 500.000 árvores de pau-brasil da Mata Atlântica. A exploração mais intensa ocorreu no século XVIII, quando foram cortadas 322.260 árvores. Isso enquanto a floresta amazônica e as matas de araucária dormiam em berço esplêndido. Yuri Tavares Rocha, pesquisador da USP, chegou a esses números após consultar quase mil livros e documentos no Brasil e em Portugal (2).
O segundo estudo foi realizado por pesquisadores do IMAZON junto a 680 madeireiras (27% do total), em 82 pólos da Amazônia (3) . Só em 2004 foram cortados 6,2 milhões de árvores na região. O estudo considerou as toras de uso comercial e não contabilizou o total de árvores cortadas em desmatamentos agrícolas e pecuários, não comercializadas. Somente entre 2003 e 2004 foram mais de 24.000 km2 desmatados na Amazônia.
A exploração do pau-brasil não foi sinônimo de desmatamento, ao contrário do que muitos imaginam. Integrando critérios econômicos, políticos e silviculturais, o Regimento do Pau brasil, implantado em 1600, forneceu às