massacre de gatos
Por Rafael Oliveira
Robert Darnton em seu livro “O Grande Massacre de Gatos: e outros episódios da história cultural francesa” analisa as maneiras de pensar na França do século XVIII, não mostrando apenas sobre o que pensavam as pessoas, mas também como pensavam e interpretavam o mundo. Por isso, o autor nos diz que “os outros povos são diferentes. Não pensam da maneira que pensamos. E, se queremos entender sua maneira de pensar, precisamos começar com a ideia de captar a diferença.”[1] Em seu livro, Darnton busca analisar a história das mentalidades na França, explorando visões de mundo diferentes das habituais. Tenta descobrir como as pessoas comuns organizavam a realidade em suas mentes e como as expressavam em seu comportamento. “Operando no nível corriqueiro, as pessoas comuns aprendem a ‘se virar’ – e podem ser tão inteligentes, à sua maneira, quanto os filósofos. Mas, em vez de tiraram conclusões lógicas, pensam com coisas, ou com qualquer material que sua cultura lhes ponha à disposição, como histórias ou cerimônias.”[2]
Porém, nos dois últimos capítulos, a exposição de visão de mundo vai deixando de ser vista pela visão das pessoas comuns e começa a ser cada vez mais precisa, através dos filósofos. Enquanto nos quatro primeiros capítulos o autor analisa documentos improváveis de analise histórica, como versões de contos populares, a narrativa de um massacre de gatos, a descrição de uma cidade e um curioso arquivo mantido por um inspetor de polícia, nos dois últimos ele busca entrar no mundo dos intelectuais parisienses. Assim, o autor diz ser necessário um espaço para Diderot e Rousseau em um livro sobre as mentalidades da França do século XVIII. Incluindo esses intelectuais ao lado de contadores de histórias camponeses e de plebeus, Darnton buscar abandonar a diferenciação entre cultura de elite e cultura popular, mostrando como ambos os grupos