A principal preocupação de Marx, segundo Araújo (1989) era o de desvendar as leis do movimento do capital na sociedade capitalista. Para isso procurou analisar a mercadoria, o capital e a força de trabalho. Marx dizia que um bem possui dois tipos de valores: valor de uso e valor de troca. O valor de uso é medido pelo trabalho concreto, ou seja, do trabalho que depende da habilidade humana. O valor de troca da mercadoria está relacionado à quantidade de tempo que o trabalhador gasta para produzi-la. Veja o exemplo seguinte: para se confeccionar casacos, alguns alfaiates levarão mais tempo que outros. Contudo, na confecção do mesmo, a sociedade estabelece um tempo necessário para que o mesmo seja produzido, por exemplo, 1 hora, o que significa dizer que se alguns desses alfaiates não produzirem dentro desse período estabelecido, serão "engolidos" pela concorrência. Este tempo é determinado pela intensidade das forças produtivas existentes no momento. Se um indivíduo é um alfaiate, sua profissão produz o valor de uso: ele sabe fazer roupas. E, roupas têm serventia (valor de uso). Mas, se ele demorar mais de uma hora para produzir um casaco, estará sendo pouco produtivo. Algum outro alfaiate, ao produzir mais em menos tempo, colocara mais peças no mercado e, por conseguinte, lucrará mais do que o primeiro. Assim, para Marx, o trabalho é útil ou concreto quando é considerado em sua modalidade específica. Ou seja, é o que cria um produto útil. Segundo ele, não é o consumidor que dá utilidade a uma mercadoria, mas o produtor. O consumidor apenas reconhece a mercadoria como útil ou não. Por exemplo, se o produtor coloca no mercado um novo produto, ele pode ter sucesso ou não, depende se o consumidor vai reconhecer aquele produto como útil para ele. O produtor dá utilidade às mercadorias através do uso da tecnologia, da mão de obra e das matérias primas usadas no processo produtivo. Para Marx, o valor era,