Marx
Herdeiro do ideário iluminista, Marx acreditava que a razão era não só um instrumento de apreensão da realidade, mas, também, de construção de uma sociedade mais justa, capaz de possibilitar a realização de todo o potencial de perfectibilidade existente nos seres humanos.
DIALÉTICA E MATERIALISMO
A tradição filosófica dominante na Europa até o início da modernidade pressupunha a existência, além do mundo sensível e histórico, de uma outra dimensão mais real e povoada de substâncias ou de essências imutáveis que seriam os verdadeiros objetos do conhecimento.
A realidade histórica desenvolve-se enquanto manifestação da razão, num processo incessante de autossuperação desencadeado pelo conflito e pela contradição que lhe são inerentes.
O finito deve, portanto, ser apreendido a partir do seu oposto, o infinito, o universal, e é essa relação entre o particular e a totalidade que Hegel denomina unidade dialética. O fenômeno torna-se inteligível ao ser articulado à totalidade em que se insere, ao ser constituído conceitualmente.
Aplicada aos fenômenos historicamente produzidos a ótica dialética cuida de apontar as contradições constitutivas da vida social que resultam na negação e superação de uma determinada ordem.
Após a morte de Hegel, seu pensamento foi interpretado e, até certo ponto, instrumentalizado politicamente por seus seguidores o que deu origem a duas tendências: uma conservadora, de direita, e outra de esquerda, representada pelos jovens ou neo-regelianos, entre os quais encontrava-se Marx e Engels. De fato, o marxismo, desde seus inícios, manterá um intenso e duradouro debate com o idealismo regeliano.
Marx e Hegel questionam o materialismo feuerbachiano que se limitava a captar o mundo como objeto de contemplação e não como resultado da ação humana. Por isso, não fora capaz de vê-lo como passível de transformação através da atividade revolucionária ou crítico-prática.
Na sociedade capitalista, o sujeito que realiza as potencialidades