Marx sociologia
(supranatural ou idealizada) da realidade. O deus dos mares Poseidón serve como exemplo. Como Poseidón domina os mares, influencia as tempestades e é capaz de proporcionar uma boa viagem marítima, nada mais natural de que todo navegante ou marinheiro esteja interessado no favor de Poseidón, e assim, esteja disposto a seguir à risca as cerimônias e sacrifícios rituais para agradar essa divindade. O mecanismo é simples: o interessado fornece algo ao mito e o mito ajuda o indivíduo que deseja fazer uma boa viagem. Assim, essa interpretação da realidade circundante através da mediação simbólica do mito, tornava a vida mais confortável, explicava os mistérios, e, portanto, era funcional e exercia um papel importante no cotidiano das pessoas. Apenas um exemplo concreto foi dado, mas, os mitos, ou deuses do panteão grego eram vários: Éolo (controlador dos ventos), Deméter (deusa da agricultura), Afrodite (deusa do amor), Ares (deus da guerra) e literalmente, dezenas de outros, que habitavam o Monte Olimpo tendo Zeus como líder maior. Há muita literatura de qualidade sobre a famosa Mitologia Grega e Joseph Campbell é um autor que deve ser consultado, pelos interessados em aprofundamento na temática.
De acordo com Battista Mondin (Curso de Filosofia, Edições Paulinas, 1983), todos os povos antigos tinham suas mitologias “mas entre todas as mitologias, a grega é a que mais se destaca pela riqueza, ordem e humanidade. Não é de se admirar, por isso, que a filosofia se tenha desenvolvido justamente da mitologia grega”.
1.1 – Tales de Mileto e a busca pelo “arché”.
A tradição história dá a Tales de Mileto, nascido em 624 a.C. o título de pai da filosofia grega e da filosofia ocidental. Matemático e astrônomo, além de rico comerciante que lhe permitia, por exemplo, fazer viagens ao Egito, Tales foi o primeiro pensador que lançou de forma