Martinho Lutero
A Alemanha, no século XVI, era um conjunto de principados, ducados e cidades autônomas, sem nenhuma unidade política. Porém estas regiões faziam parte do Sacro Império Romano-Germânico e o imperador, nessa época, era Carlos V, de Habsburgo. O conjunto de sua economia era atrasado, agrário e semifeudal, com um incipiente comércio no litoral norte. A Igreja papal possuía mais de um terço do território alemão.
Não havia na Alemanha outra instituição que suscitasse descontentamento tão unânime e generalizado como a Igreja. Uma enorme vastidão de terras e toda sorte de possessões pertenciam às instituições eclesiásticas; os bispos e padres viviam à custa dos cidadãos, que olhavam com inveja as enormes riquezas da Igreja. Todas as classes sociais estavam descontentes com a Igreja.
Esses fatos aliados à patente imoralidade da Igreja despertaram o sentimento nacional dos nobres-príncipes alemães, que almejavam confiscar as propriedades eclesiásticas, enquanto a burguesia protestava contra a drenagem de capitais para o Vaticano, a plebe ansiava por se libertar do peso dos incontáveis tributos eclesiásticos.
A PREGAÇÃO DAS INDULGÊNCIAS E O INÍCIO DA REFORMA
O príncipe Alberto de Brandenburgo, arcebispo de Magdeburgo e de Halberstadt, estava necessitando de grande soma financeira, pois, não satisfeito com as duas dioceses, queria uma terceira, a poderosa e rica Mogúncia (Mainz). Para adquirir o direito, o papa Leão X facultou-lhe a venda das Indulgências, pois também precisava de dinheiro para a construção da Basílica de São Pedro. A Indulgência, na doutrina da Igreja, é a remissão das penas devidas pelos pecados já perdoados e podem ser alcançadas pela oração dos fiéis.
No clima do final da Idade Média, essa doutrina tinha-se corrompido e neurotizado, a ponto de se achar possível “comprar” a salvação mediante pagamento. Dizia-se: “Mal o dinheiro tilinta no cofre, uma alma respinga do purgatório”. Um horror