Marta e Maria
Missão como obediência da fé e do amor eficaz
Míguez Bonino foi um teólogo latino americano, uma pessoa apaixonada pela igreja de Jesus, pelo evangelho, pela vida cristã como expressão do amor que liberta, cura, une e santifica cada ser humano e toda a humanidade. Fez parte de sua trajetória teológica uma reflexão crítica sobre os pressupostos para uma teologia da missão, ainda que ele prefira falar sempre da necessidade de o protestantismo latino-americano formular uma teologia que ajude a igreja “a se interrogar constantemente a si mesma, à luz da Escritura, acerca da fidelidade de seu testemunho, da coerência entre sua mensagem, sua vida e seu culto”.
A missão é a razão de ser da igreja e da chegada do evangelho à América Latina. Mas esta missão necessita de uma reflexão crítica que a acompanhe.
A missão está, pois, no centro da ação da igreja e também da teologia. Há, pois, certa razão em distinguir, de um lado, a presença de uma religiosidade popular sem teologia, e de outro, uma teologia estranha que corresponde a uma religião formal, distanciada da vida, o que a tornava assim alienada da história.
Para Míguez Bonino, com relação à missão de anunciar a palavra de Deus, sua hipótese é de que nem o catolicismo romano nem o protestantismo, enquanto igrejas, tiveram o suficiente enraizamento na realidade humana latino-americana para iluminar um pensamento criador.
Quer dizer, ambas as igrejas permaneceram marginais à história de nossos povos.
A teologia surge como vocação, como um chamamento terrenal concreto que diz respeito a um lugar geográfico e histórico: a América Latina em crise.
É surpreendente constatar que o início da teologia da libertação se deve a um motivo missionário. Esta constatação é muito importante: no momento em que a igreja cristã toma consciência de sua realidade histórica, em que começa a fazer perguntas sobre sua missão e tarefa, perguntas