marselhesa
O filme, produzido entre os anos de 1937 e 1938, vai acompanhar um breve intervalo que se inicia com a tomada da Bastilha em 1789 e que segue até a marcha do exército revolucionário na defesa das fronteiras em 1793 e a deposição do rei Luís XVI, dando ênfase para pequenos grupos de revolucionários da região da Marselha, os quais se dirigiram para Paris, somando forças de guerra para lutar contra os monarquistas – apoiados por tropas prussianas.
O primeiro ponto a ser destacado do filme de Jean Renoir é a frase com que se inicia o longa metragem: “Crônica de alguns fatos que contribuíram para a queda da monarquia”. Desde o começo, Renoir deixa claro que não possui pretensão de fazer um relato histórico definitivo do período retratado. Diz isso mesmo tendo declarado posteriormente que foi o único trabalho da carreira dele em que se propôs a fazer uma intensa pesquisa documental, tendo criado apenas 1/3 das falas do filme.
Guardas do rei marcham dentro do castelo e trocam de formação. A disciplina dos soldados e a beleza do ambiente do castelo é a primeira cena do filme. O Duque de La Rochefoucauld-Liancourt (William Aguet) pede um encontro com o rei Luis XVI (Pierre Renoir), que o recebe enquanto ainda estava na cama, recém-acordado e comendo. “É uma revolta?”, pergunta o rei. “Não, senhor. É uma revolução”. Esse simples diálogo é suficiente pra mostrar que estava por vir o maior medo dos monarquistas à época. Já era uma realidade.
Na sequência, somos apresentados a Anatole Roux, mais conhecido como o “Cabrito”