marketing
No capitulo “Memória coletiva e sincretismo cientifico: as teorias raciais do século XIX” da obra de Renato Ortiz, trás o estudo e comparações de autores como Manoel Bonfim, Euclides da Cunha, Sílvio Romero, Nina Rodrigues, entre outros que retomam a mesma problemática onde podemos encontrar diferentes teorias sobre cultura e identidade brasileira na passagem do século XIX e XX, deixando claro em alguns momentos que os dos países europeus alcançaram uma superioridade civilizatória. É possível notar que a questão racial é colocada como um marco para o “atraso brasileiro” para Ortiz “essa visão dos precursores das Ciências Sociais no Brasil adquire na verdade um contorno claramente racista” (p.13).
“O negro aparece assim como fator dinâmico na vida social e econômica brasileira, o que faz com que, ideologicamente, sai posição seja reavaliada pelos intelectuais e produtores de cultura. Para Silvio Romero e Nina Rodrigues ele adquire uma importância maior que a do índio (que se acredita estar fadado ao desaparecimento), ou como dirão alguns: ‘o negro é aliado do branco que prosperou’ ”(p. 19)A dificuldade para encontrar uma identidade nacional é devido à mistura das raças: índios, negros e brancos, que se define com características culturais distintas, visto que “o quadro de interpretação social atribuía à raça branca uma posição de superioridade na construção da civilização brasileira” (p. 19). Mostra-se como um dilema para os intelectuais,a problemática da mestiçagem onde o índio e o negro são vistos como um obstáculo para o processo civilizatório, incluindo a questão da fusão de doutrinas religiosas e/ou filosófica, “torna-se necessário encontrar um ponto de equilíbrio” (p. 20), já que o europeu não pode inserir totalmente sua civilização no território nacional, havendo assim a mistura não somente racial como também cultural, onde o mestiço é dado como inferior, como cita Ortiz no trecho