Marketing da coca cola
O sistema Coca-Cola no Brasil é um fascinante exemplo de evolução de estratégia de competição em função da definição do negócio
A Coca-Cola, quando se instalou no Brasil há quase 60 anos, era apenas mais uma participante na indústria de bebidas. Após o sucesso inicial, com a entrada de concorrentes na categoria de colas, focou-se no negócio de refrigerante de cola. A partir dos anos 60, foi ampliado o mix de produtos oferecidos para outros sabores de refrigerantes (Fanta, Sprite, Guaraná Taí). Após o lançamento da Fanta, em 1964, a venda casada, uma prática centenária da Brahma e da Antarctica, intensifica-se. As cervejarias passam a condicionar a venda de cerveja no verão à compra, pelo ponto de venda, de seus refrigerantes, dificultando a entrada de produtos da Coca-Cola. No início dos anos 80, como resposta a esta venda casada e após muito debate interno, os fabricantes brasileiros de Coca-Cola ampliaram sua visão do negócio para abranger todas as bebidas carbonatadas, incluindo cervejas. Assim nasceu a Kaiser, em 1983. Até o início da década de 90, o rei indiscutível das bebidas no Brasil foi o refrigerante gaseificado de sabor cola, distribuído em garrafa de vidro retornável, categoria dominada totalmente pela Coca-Cola. Essa posição foi conseguida por dois fatores principais: sabor garantido e presença total.
Guillermo A. Taylor
Chaves do Sucesso Chav
Ambiente Econômico
As bebidas, em geral envasadas em garrafas de vidro, expostas ao sol, ao calor, sujeitas ao manuseio, e passando por um processo de distribuição e venda muitas vezes trabalhoso e acidentado, sofriam, muitas vezes, alteração no sabor. O sabor da Coca-Cola, porém, mantinha-se inalterado. O alto grau de gaseificação da Coca-Cola foi a chave para a proteção bacteriológica do produto. As bebidas concorrentes, menos gaseificadas ou não gaseificadas, sofriam freqüentemente a ação de bactérias e leveduras, com a conseqüente