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Marilena Chaui no Espaço CULT

Pensadora lança livros, participa de bate-papo, fala sobre sua obra, as manifestações e o Black Bloc. Homero Santiago, Éricka Marie Itokazu e Marilena Chaui Ontem, 28 de agosto (2013), o Espaço Revista CULT recebeu a pensadora Marilena Chaui para o lançamento dos dois primeiros títulos da coleção Escritos de Marilena Chaui. Ao todo, serão dez volumes dedicados ao registro do pensamento da filósofa ao longo das últimas décadas. Junto dos organizadores Homero Santiago, professor do Departamento de filosofia da USP, André Rocha e Éricka Marie Itokazu, doutores em Filosofia também pela USP, Marilena participou de um bate-papo com os presentes, que preencheram as imediações do Espaço.
“Eles propuseram uma coleção em dez volumes, um lançamento por ano. Eu disse: ‘Meninos, não vou ver o décimo. Vou morrer antes disso, não tenho a idade de vocês. Já estou na plataforma de lançamento’. Simplesmente disse que a parte final seria a obra póstuma”, brincou. Os livros da coleção reúnem textos dispersos, inéditos e outros publicados em revistas que não existem mais ou em livros de editoras que já ruíram.
Os dois primeiros títulos, Contra a servidão voluntária e Manifestações ideológicas do autoritarismo brasileiro, retratam um momento entre meados dos anos 1970 e 1980 que, segundo Marilena, cobrem um período de militância em que se dedicou a questões de ideologia e da política vista a partir da recusa do despotismo. “Os textos dos primeiros volumes não possuem grandes pensamentos, mas são importantes na medida em que desenham um momento de inflexão da minha vida.” Para André Rocha, a coletânea é capaz de despertar o pensamento de maneira muito intensa.
Ao final de cada número há uma entrevista com a pensadora, concedida ao organizador da edição. São elas as responsáveis por contar um pouco da história dos textos que, em conjunto, reúnem biografia, vida política e trabalho intelectual.

Tecnologia e as manifestações