Marilda trabalho rose
Objetivou-se com este trabalho, de caráter científico, analisar a concepção dos usuários do CAPS-ad de Patrocínio, acerca das drogas, avaliando suas repercussões na dependência química e o seu tratamento. Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa, de cunho analítico, realizada com 15 usuários do serviço. Para análise dos dados, foi utilizada a análise de discurso. O trabalho obedeceu aos pré-requisitos éticos da Resolução 196/96, do CNS, que regulamenta a pesquisa envolvendo seres humanos. Constatou-se a insipiência, por parte de alguns usuários do serviço, acerca de informações aprofundadas sobre os danos causados pelas drogas à sua saúde e, ainda, que as drogas lícitas não eram vistas como drogas. Os CAPS-ad têm papel fundamental na construção de conhecimento, e é necessário que os profissionais redefinam estratégias e práticas de acordo com essa realidade, levando o usuário a ser responsável pelo seu tratamento e reabilitação física, emocional e social.
REVISÃO LITERARIA
Para se tecer considerações iniciais, reportou-se, aqui, ao processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil, em 1978, que, mediante a eclosão de movimentos sociais, do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), juntamente com os trabalhadores do Movimento Sanitário, associações de familiares, entre outros, buscaram alcançar mudanças nos modelos de atenção e gestão das práticas de saúde, defendendo a saúde coletiva, a integração da rede de atendimento à saúde psiquiátrica, a equidade na oferta de serviços, a reinserção social e familiar dos pacientes e, acima de tudo, a superação da violência asilar, à qual os pacientes das clínicas psiquiátricas eram submetidos(1).
A Reforma Psiquiátrica brasileira iniciou a luta antimanicomial inspirada na experiência italiana de desinstitucionalização, concatenada com as ideias do psiquiatra Franco Basaglia, pois esse considerava que apenas a psiquiatria não era capaz de responder pelo fenômeno complexo que é a loucura(2). Trata-se de