MARIA CHEIA DE DOR
O documentário, “Maria Cheia de Dor,” relata a realidade de mulheres que são violentamente atingidas por seus companheiros. Violência essa que ataca tanto moralmente quanto fisicamente estas mulheres de uma forma bem cruel. Ao longo dos relatos é possível perceber que todas passam basicamente pelas mesmas agressões, que a cada dia vão se intensificando, mesmo assim, quando vem o pedido de desculpas, a mulher ainda acredita que vai ser diferente dando oportunidade a um recomeço, o que as levam a sofrerem mais violência. O documentário também mostra o descaso do poder público quando uma das “Maria”, diz que os policiais ironizam perguntando quem foi o seu estilista, e a aconselhavam voltar para casa cuidar dos filhos, que não tinham carro disponível para ir buscar o marido. As “Marias” apresentadas são de várias faixas etária, o que leva acreditar que os maridos também fazem parte desta mesma faixa etária, ou seja, que não há uma idade específica para a prática da violência contra a mulher. Na observação de que uma Lei específica para combater a violência contra a mulher tenha sido aprovada/criada em 2006, (Lei 11.340 – Lei Maria da Penha), é nítido que essa cultura de combate a violência contra a mulher faz parte de um passado muito recente, que ainda necessita de mais investimentos no campo da divulgação e da conscientização tanto da mulher, quanto do homem. Aquela para entender que neste momento o poder público esta do seu lado, que a sua integridade física e moral esta protegida por uma Lei que lhe é de fato e de direito e este para entender que a mulher não é um objeto que pode ser manipulado, descartado a seu bel prazer. É preciso que os mecanismos permissores dessas atitudes sejam coibidos, pois como relatado no documentário o homem que comete violência contra a mulher o faz acreditando ser esta sua propriedade, logo, o mesmo também muitas vezes acredita ser detentor de um poder que lhe possibilita agir da forma que lhe