Marcenaria

As marcenarias brasileiras são um lugar perigoso para se trabalhar. Geralmente, as máquinas e ferramentas utilizadas não têm a proteção adequada contra acidentes. Quem diz isso é o técnico mecânico Manfred Pauls, há sete anos professor do Centro de Tecnologia da Madeira e do Mobiliário (Cetmam), em São José dos Pinhais (PR). Ele sabe o que está falando - foi marceneiro por dez anos e possui um curso alemão de especialização em marcenaria, inclusive com ênfase em segurança. "Sempre que dou cursos a marceneiros, peço para eles fazerem um dez com as mãos (mostrar os cinco dedos de cada mão). 70% não consegue, pois não têm todos os dedos, foram mutilados durante o trabalho", lembra.

Tornar as máquinas mais seguras é possível. Há uma série de dispositivos que reduzem bastante o número de acidentes. E qual o motivo para investir em segurança? Todo acidente de trabalho significa perda de dinheiro. Quer saber mais? Então, leia a entrevista com Manfred Pauls feita para a Revista Móbile Sob Medida.

Móbile Sob Medida - Qual o grau de segurança numa marcenaria típica brasileira?

Hanfred Pauls - Muito baixo. Os equipamentos, em geral, têm tecnologia ultrapassada. O setor de marcenaria no Brasil pouco se desenvolveu, parte por culpa do mercado consumidor e da falta de fiscalização do Ministério do Trabalho. E, comparadas com o que há no exterior, as máquinas brasileiras são mais simples. O desenvolvimento da marcenaria no País também é lento. É uma indústria que passa de pai para filho. Em geral, as duas gerações têm pouca instrução. Quando se vai conversar com um marceneiro sobre segurança, ou mesmo sobre o modo como ele trabalha, a resposta é sempre a mesma: "há 30 anos faço deste jeito, por que agora alguém vem me dizer para fazer diferente?". O marceneiro é resistente a novidades, a novos conceitos. Também por causa disso, os equipamentos acabaram ficando parados no tempo. Além disso, houve uma evolução muito grande na tecnologia de corte - temos ferramentas que