Maquiavel
INTRODUÇÃO
Nicolau Maquiavel, filósofo, escritor e político italiano (Florença 1469 - id. 1527).
Secretário de Estado da República de Florença (1498), desempenhou várias missões diplomáticas na Itália, na França e na Alemanha, e reorganizou o Exército. O fim da República, com a volta ao poder dos Medici (1512), levou-o ao exílio. Aproveitou essa retirada forçada (1512-1520) para escrever a maior parte de sua obra: O Príncipe (1513), Comentários sobre os primeiros dez livros de Tito Lívio (1513-1519), O asno de ouro (1516-1517), Da arte da guerra (1519-1520) e A mandrágora (1520). Voltou ao primeiro plano no cenário político, porém, comprometido logo depois, teve cassado seus direitos políticos.
A obra teórica de Maquiavel constitui uma reviravolta da perspectiva clássica da filosofia política grega. Enquanto esta tinha como preocupação primordial a elaboração do melhor regime político possível, aquela partiu "das condições na quais se vive e não das condições segundo as quais se deve viver".
A teoria por ele elaborada desmascarou as pretensões da religião e da teologia em matéria política, por substituí-las pelo conhecimento verdadeiro das relações que levam as avaliações morais às análises descritivas do campo político. Essa teoria, que nada tem de breviário cínico do "perfeito" tirano e que foi por muito tempo mal compreendida, procurava promover uma "ordem (política) inteiramente nova" (moral, livre e laica, subordinada à razão de Estado), em que os mais hábeis utilizassem a religião para governar. E governar significava, para Maquiavel, arrancar o homem à sua maldade natural e torná-lo bom.
Discorreu sobre a liberdade ao oferecer preciosos conselhos para sua conquista ou salvaguarda. Ora apresentado como mestre da maldade, ora como conselheiro que alerta os dominados contra a tirania. Quem era este homem capaz de causar tanto repúdio, mas também tanta admiração?
DESENVOLVIMENTO
A Verdade Efetiva Das Coisas