Maquiavel e os Humanistas Italianos
Até o início do século XV a Itália Renascentista é marcada por guerras civis entre as principais famílias na disputa de poder. Tomemos como exemplo os Orsini e os Colonna que constantemente e há muito tempo se opunham em disputas políticas em Roma. Ainda na rica e autônoma Florença é importante destacar a decadência republicana que aos poucos deixava seu poder nas mãos de príncipes ou lideres. É possível citar também como exemplo Cosme de Médici, que uma vez regressado do exílio, inicia sob seu comando uma oligarquia política.
É em meio a essa Itália conflituosa e instável que nascem as concepções que darão base aos estados modernos. A este pensamento chamaremos humanismo. Quentin Skinner é de fundamental importância para entendermos a essência do humanismo renascentista italiano. A ele se deve a divisão entre o humanismo inicial, dos séculos XIV a XV e o humanismo tardio a partir da segunda metade do século XV.
Para essa corrente de pensadores humanistas clássicos que perduram até o começo do século XV, o ponto central da atividade do pensamento era para fazer existir e legitimar o que se chamava de Virtutis. Tinham como objetivo formar o varão virtuoso: o homem capaz de intervir nos negócios públicos (sujeito autônomo). Ou seja, para eles, um homem virtuoso deveria ser um bom cidadão, não havendo separação entre os dominantes e dominados e esta concepção se satisfez durante a Itália republicana.
Mas o cenário político italiano tanto oscilou que houve a necessidade de se reformular essa concepção. A partir da reformulação do pensamento humanista na segunda metade do século XV, vemos nascer o que chamaremos de humanismo tardio.
Das mãos destes humanistas tardios “numerosos tratados começaram a ser escritos não tanto para o uso príncipes quanto para o de seus cortesões, com o objetivo de instruí-los quanto a sua educação, comportamento e papel em relação ao príncipe.” (SKINNER, 2006, p. 138).
No humanismo