MAQUIAVEL, Nicolau. “O Príncipe: Estudos”.
Em “O Príncipe”, Maquiavel (1982) prescreve instruções para que um Príncipe/Governante possa gerir, com supremacia, o seu Estado. Numa análise cética (crítica) e situacional, inaugura a dissociação Estado-religião; discorre sobre a conduta militar do principado; e dirige conselhos ao Príncipe.
Um Príncipe deve conquistar e se manter no poder por si, utilizando suas virtudes, força, crueldade planejada. Ele é o dono do rito de formação do Estado e não mais a visão divina de constituição e delegação do poder ao Príncipe. Neste contexto, o próprio Príncipe é o detentor dos meios para criar, comandar, conquistar novos territórios e se manter no poder. (MAQUIAVEL, 1982, P- 45 a 48; 52 a 54)
A conduta militar é de suprema importância para manutenção do Príncipe no poder, afinal é esta parte do Estado que manuseia as armas, executa a força e a crueldade para conquistar novos territórios. Estes podem resistir à conquista ou aceitar um novo governo opressor e poderoso. Seja qual for o contexto, o Príncipe deve usar dos meios necessários para ser amado e aceito ou temido e aceito. Neste contexto, a guerra não deve ser evitada, pois a sua execução contribui para novas conquistas, e para o desenvolvimento patriótico, unindo o Estado e tornando-o forte. (MAQUIAVEL, 1982, P- 61 a 64; 66 a 68)
O Príncipe deve ser versátil e estar pronto para agir conforme a necessidade do contexto. Se for necessário sobrepor a força a Lei, que o faça; que ele escolha representantes leais a si, mas sempre desconfie; mantenha os povo leal e temente a si para evitar revoltas. (MAQUIAVEL, 1982, P- 75 a 79)
Neste contexto, Maquiavel (1982) inaugura uma nova concepção de Estado grande, próspero e autônomo e de uma política moderna que emana o poder a qualquer custo.