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Mahumud Abbas quer assegurar que governo exerça autoridade em Gaza.
Para ele, movimento islamita não deve impedir as ações oficiais.
O presidente palestino Mahmoud Abbas ameaçou romper o acordo de unidade com o grupo Hamas se o movimento islamita não permitir que o governo palestino exerça sua autoridade na Faixa de Gaza.
"Não aceitaremos uma colaboração [com o Hamas] se a situação continuar assim em Gaza, onde existe um governo na sombra de 27 vice-ministros que controlam o território", afirmou Abbas ao chegar ao Cairo no madrugada deste domingo (7), citado pela agência oficial palestina WAFA.
A declaração de Abbas acontece antes de uma reunião com o chefe de Estado egípcio Abdel Fattah al Sissi. Abbas também falará à Liga Árabe, duas semanas depois de acertado o cessar-fogo que interrompeu 50 dias de guerra com Israel em Gaza.
O chefe do executivo palestinos, Rami Hamdala, também admitiu que, nos três meses de funcionamento conjunto, não conseguiu impor-se em Gaza, onde, segundo Abbas, o Hamas mantém um "governo paralelo".
"É como se tivessem amarrado minhas mãos e meus pés e me dissessem: 'Agora, nade!'", resumiu Hamdala, um linguista de 56 anos, que chefia o governo formado por personalidades independentes com aprovação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e do Hamas.
Durante a ofensiva israelense em Gaza, os dois grupos deixaram as diferenças de lado para esgrimir uma unidade sagrada em especial durante as negociações indiretas no Cairo, onde acertaram um cessar-fogo com Israel.
Atualmente, as divisões voltam ao primeiro plano. A Autoridade Palestina acusa o Hamas de não deixar o governo de unidade trabalhar em Gaza e o movimento islamita reprova a Autoridade de Ramallah de não pagar os salários de seus 45 mil funcionários em Gaza.
Neste sentido, Hamdala diz estar entre a cruz e a espada. Por um lado, a comunidade internacional ameaça suspender a ajuda aos palestinos