Manuel Bandeira
Morreu:
19/04/1886 Recife (PE)
13/10/1968, Rio de Janeiro (RJ)
O recifense Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho mudou-se ainda jovem para o Rio de Janeiro. Em 1903, transferiu-se para São Paulo, onde iniciou o curso de engenharia na Escola Politécnica da USP (queria ser arquiteto, curso então ligado à escola de engenharia).
No ano seguinte, abandonou os estudos por causa da tuberculose e retornou para o Rio, onde escreveu poesia e prosa, fez crítica literária e deu aulas na Faculdade Nacional de Filosofia. Por causa da doença, passou longos períodos em estações climáticas no Brasil e na Europa. Entre 1916 e
1920, perdeu a mãe, a irmã e o pai.
Em 1917, publicou "A Cinza das Horas", de nítida influência parnasiana e simbolista. Dois anos depois, lançou "Carnaval", fazendo uso do verso livre. Já se mostrava um dos precursores da linha modernista, e Mário de Andrade o chamaria de
"São João Batista do modernismo brasileiro".
Apesar disso, em 1922, por não concordar com a intensidade dos ataques feitos aos parnasianos e simbolistas, não participou diretamente da
Semana de Arte Moderna (nem sequer viajou para São Paulo).
No entanto, seu poema "Os Sapos", lido por
Ronald de Carvalho na segunda noite do acontecimento, provocou muitas reações. Nele,
Bandeira se vale mais uma vez do verso livre, principal característica de sua obra:
"Enfunando os papos,/ Saem da penumbra,/ Aos pulos, os sapos./ A luz os deslumbra./ Em ronco que aterra,/ Berra o sapo-boi:/ 'Meu pai foi à guerra!'/
'Não foi!' - 'Foi!' - 'Não foi!'"
Com "O Ritmo Dissoluto" (1924) e "Libertinagem"
(1930), temos um poeta totalmente integrado no espírito modernista. "Libertinagem" apresenta alguns poemas fundamentais para entender a poesia de Bandeira: "Vou-me embora pra
Pasárgada", "Poética", "Evocação do Recife" e outros. Aparecem ali seus grandes temas: a família, a morte, a infância no Recife, os indivíduos que compõem as camadas mais