Manifestações Junho de 2013
Nas últimas semanas, diversas cidades brasileiras foram tomadas por manifestações populares. A pauta original das mesmas era a revogação do aumento da passagem do transporte público – exigência conquistada posteriormente, aliás, em inúmeros municípios. Porém, uma série de outras demandas foram se incorporando à agenda primordial, colocando inclusive o risco de se perderem os objetivos iniciais. Muitas reflexões foram feitas, no sentido de tentar compreender tamanha mobilização das pessoas, talve a maior da História brasileira, considerando que movimentações deste tipo não são algo muito comum no Brasil. Para o historiador Lincoln Secco, por exemplo, os protestos no Brasil estão dentro do contexto da atual onda de manifestações pelo mundo afora, as quais marcariam o início do século XXI (BURGARELLI, 2013). Todavia, no contexto de tais manifestações no Brasil, pouco se refletiu em termos de segurança de uma perspectiva mais ampla. Este artigo pretende contribuir com os debates em torno das manifestações populares e os grandes eventos no Brasil, com destaque para a atual Copa das Confederações, sistematizando e analisando algumas questões de (in)segurança observadas em tais momentos – os quais ainda não terminaram, o que portanto dá um caráter de exame preliminar dos eventos ao esforço intelectual aqui apresentado.
Pensando a segurança a partir de várias perspectivas e objetos de referência, existem questões de segurança para o próprio movimento. Para identificar um ator, será considerado o Movimento Passe Livre (MPL). De um ponto de vista mais geral, pode-se chamar a atenção da segurança humana dos manifestantes, particularmente no caso de ações mais duras por parte da polícia. No caso das manifestações no dia 13 de junho em São Paulo, houve um cenário de “guerra” urbana quando a Tropa de Choque da Polícia Militar (PM-SP)