Malthus: um outro olhar
João Luciano Bandeira1
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Jl5bann@gmail.com
INTRODUÇÃO: O presente trabalho é uma reflexão inspirada no trabalho do Prof. Dr. Fabrício Pedroso Bauab: “Ratzel: um outro olhar”2 no qual o eminente Professor de forma didática e sucinta demonstra a simplificação em torno de Friedrich Ratzel na alcunha estereotipada de “determinista”. Determinismo que conforme o referido texto expressou uma face real acerca da relação sociedade-natureza, deixando de lado a face da busca da compreensão da realidade e essência da totalidade que o geógrafo alemão procurava. Neste trabalho tentamos uma breve reflexão acerca de um personagem não menos polêmico na história da Ciência e da Ciência Geográfica: o economista e demógrafo britânico Thomas Robert Malthus. O lado perverso do “pai da demografia” e de sua polêmica obra “Ensaio Sobre a População” já foram competente e amplamente trabalhado e criticados por muitos acadêmicos. Numa perspectiva dialética traremos outras informações para um dos maiores debates da ciência mundial, que envolve uma gama de áreas da Ciência e que parece que se estenderá por um longo espaço de tempo.
O Pensamento Neomalthusiano
O termo “neomalthusiano” é amplamente utilizado na atualidade para se referir àqueles que defendem o fim das pessoas com carência material ou meios para sobreviver. Num sentido mais radical àqueles que defendem o fim dos mais fracos por sua incapacidade nata em resistir frente aos mais fortes. Saindo do censo comum observa-se que se trata de um preconceito de classe, onde a acusação é que aqueles que não acumulam capital são menos eficientes, incompetentes etc. Assim ocupam o seu lugar de direito nos estratos inferiores da sociedade. O preconceito ainda dá uma solução fácil para o fim da miséria, acreditando que o extermínio e a nulidade da taxa de natalidade entre os pobres daria o fim necessário aos “inferiores”. Em nenhum momento este preconceito classista atinge