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Essa influência pode ser percebida no tratamento que marketing deu aos indivíduos pobres e sua relação com o consumo. Influenciado pelo pensamento econômico - que descrevia estas pessoas como dependentes da sociedade e dos governos para melhorarem suas condições de vida e de emprego – os estudos da área de marketing também as marginalizava por suas restrições financeiras. Esta visão começa a mudar principalmente quando surge na
Administração de Empresas uma nova perspectiva sobre o segmento de baixa renda, trazida por C.K. Prahalad. A proposta do autor difere da tradicional ótica econômica, pois defende que indivíduos neste contexto devem ser vistos como consumidores, com desejos de consumir produtos e serviços de diversas naturezas. O presente ensaio faz uma análise dos caminhos percorridos pelo pensamento de marketing sobre o indivíduo de baixa renda. Percorre também brevemente o pensamento econômico sobre os pobres, para que se possa compreender melhor sua influência na administração de empresas, no marketing e nos estudos de comportamento do consumidor. Desde o século XVIII, debates sobre a questão da pobreza são encontrados na literatura de grandes pensadores econômicos. Em comum a todos, de Adam Smith a Jeffrey
Sachs, é a perspectiva de que os pobres são um grupo à parte da sociedade, seres inferiores, com limitado poder aquisitivo e com forte necessidade de ajuda de governos. Esta perspectiva também aparece nos primeiros estudos em marketing a respeito deste indivíduo e de seu comportamento de consumo. Pesquisadores da área, nesta época, apontavam o pobre como irracional quanto a seus gastos, vítima da exploração de vendedores inescrupulosos,