Hoje em dia, no Brasil, o ato de consumir faz parte do cotidiano de todos os cidadãos, não se restringindo somente às classes mais altas da sociedade. As classes sociais localizadas na base da pirâmide também foram inseridas na sociedade de consumo. Assim como as classes superiores, esse segmento também valoriza a posse de bens materiais (SILVA; PARENTE, 2007). Desde 1994, com a implantação do Plano Real, houve um crescimento significativo do potencial de consumo dos consumidores de baixa renda brasileiros. A partir de então, as empresas começaram a focar sua produção com o objetivo de buscar satisfazer as necessidades desses novos consumidores. Segundo Zurita, presidente da Nestlé no Brasil, "Quem não estiver alinhado com essa realidade provavelmente estará fora do mercado nos próximos anos". De acordo com o mesmo, foram investidos R$ 300 milhões nos últimos três anos para criar uma divisão na empresa destinada à baixa renda (WIZIACK, 2008). C.K Prahalad foi o principal autor responsável por atentar a questão da base da pirâmide no mundo. Segundo Prahalad e Hart (2002), existem quatro bilhões de pobres com poder de consumo, mesmo que limitado. Por isso, deveria haver uma mudança de pensamento por parte das empresas em relação ao consumo dessa parte da população. As empresas deveriam deixar de pensar no pobre como vítima, e, começar a pensar neles como consumidores conscientes de valor. A inserção do pobre na sociedade de consumo agrava um problema associado ao consumo, que é a extração de recursos do meio ambiente para abastecer a produção. Além de devastar ecossistemas, extinguir recursos e destruir culturas (quando para utilizar um recurso remove-se uma população indígena, por exemplo), os bens extraídos retornam ao meio ambiente em forma de resíduos, efluentes líquidos, gases nocivos e poluentes em grandes quantidades, acarretando poluição ambiental e esgotamento dos recursos naturais