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Visão semiótica do constrangimento no percurso da inocência
Gisele Maria Silveira (UNIMAR)
Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar, a partir da teoria Semiótica Greimasiana, o texto verbal da capa da revista Veja, edição de 10/05/06 (anexo 1). O texto expõe um assunto polêmico – a nacionalização do gás boliviano e a expropriação de uma refinaria da Petrobras situada em San Alberto, Bolívia. De acordo com a publicação, tratou-se de uma conspiração supostamente arquitetada pelo venezuelano Hugo chávez que, seguindo conselhos do ditador cubano Fidel Castro, manipulou o presidente da Bolívia, Evo Morales a se apossar do patrimônio brasileiro, colocando em risco o abastecimento de gás natural do Brasil.
No entanto, a motivação do texto provém do constrangimento causado pela reação do presidente brasileiro frente ao iminente prejuízo de mais de três bilhões de dólares em investimentos na extração, refino e construção de um gasoduto. Pego de surpresa, apesar dos indícios, como a promessa feita em campanha por Evo Morales de nacionalizar as riquezas do subsolo boliviano, se mostrou incapaz de defender os interesses nacionais, questionar a quebra de contrato ou exigir uma indenização pela expropriação. Ao contrário, se manifestou em solidariedade à Bolívia, reconhecendo a soberania de seu subsolo sem contestar os direitos adquiridos pelo Brasil em tratados negociados entre os Estados nos últimos trinta anos.
A semiótica Greimasiana, conhecida como a Teoria da Significação, com suas raízes na teoria da linguagem, é uma metodologia descritiva que manifesta sua operatoriedade oferecendo meios para a leitura, interpretação, exploração e desconstrução do sentido. A análise semiótica do corpus, portanto, propõe a descrição e a explicação dos mecanismos e regras que engendram o texto em análise na busca pela significação. São estabelecidas, em seus diversos níveis, as relações entre as partes, em um modelo semiótico que dá conta de um percurso gerativo que