maias
O tema da educação surge no romance com a intenção de delinear a mentalidade da sociedade lisboeta, inscrevendo-se deste modo na crónica de costumes.
Assim, são confrontados 2 sistemas educativos opostos:
MENTE SÃ EM CORPO SÃO
A educação tradicional e profundamente proteccionista a que Pedro foi sujeito desenvolveulhe uma personalidade «fraca». Com esta personagem, o autor terá pretendido desenvolver a ideia de que o indivíduo não pode fugir à sua origem hereditária -Pedro saía à mãe Maria
Eduarda Runa- ao meio em que cresceu e à educação clerical e tradicional que recebeu.
Assim prefigura uma personagem ultra-romântica que sucumbe perante as adversidades da vida, regendo-se pelos seus sentimentos arrebatadores.
Com Pedro, assiste-se ao enunciar, por parte do narrador dos factores tradicionais evocados pelo Naturalismo:
Características psicofisiológicas (hereditariedade)
Meio social
Educação
Leque de factores que na teoria naturalista explicam as opções de Pedro:
Casamento sentimental / instável e falhado
O suicídio
Opções próprias de um indivíduo temperamental, virado para a cedência e a fuga e não para o voluntarioso encarar das crises
O Pedrinho no entanto estava quase um homem. Ficara pequenino e nervoso como Maria Eduarda, tendo pouco da raça, da força dos
Maias. (…) Desenvolvera-se lentamente, sem curiosidades, indiferente a brinquedos, a animais, a flores, a livros. Nenhum desejo forte parecera jamais vibrar naquela alma meia adormecida e passiva (…) Era em tudo um fraco (…) mudo, murcho, amarelo (…) O seu único sentimento vivo, intenso, até aí, fora a paixão pela mãe.
E havia agora uma ideia que às vezes o torturava: descobrira a grande parecença de Pedro com um avô de sua mulher (…) que enlouquecera – e julgando-se Judas enforcara-se numa figueira…
Denúncia da vinculação de Pedro ao ramo familiar dos Runas e não dos
Maias
Mas o menor esforço