Macroambiente

O macroambiente industrial brasileiro nos anos recentes

Introdução
O presente texto objetiva avaliar as modificações estruturais acontecidas na indústria brasileira ao longo dos anos 1990 até os dias atuais, enfatizando o seu encaixe na abrupta metamorfose ocorrida no padrão de funcionamento do sistema econômico do país, no referido período.
O trabalho compõe-se, essencialmente, de duas seções: a primeira traça uma visão qualitativa da trajetória manufatureira do país, enfatizando a adequação estrutural verificada na segunda metade dos anos 1970 e o retrocesso acoplado à crise do decênio dos 1980; a segunda engloba a reorganização defensiva dos anos 1990 e os ajustes pós-desvalorização cambial de 1999.

1 A marcha industrial brasileira entre 1974 e 1990
A evolução histórica do perfil fabril brasileiro esteve estreitamente vinculada a fatores exógenos, aos desdobramentos estruturais de planos de desenvolvimento e aos componentes conjunturais subjacentes à condução das políticas macroeconômicas implementadas por diferentes governos do país.
No segundo quinquênio dos anos 1970, na contramão da trajetória recessiva trilhada pela economia mundial, como forma de enfrentamento dos efeitos do primeiro choque do petróleo, verificado em 1973, o setor manufatureiro brasileiro realizou a complementação do ciclo de substituição de importações, reduzindo o hiato tecnológico em relação às nações avançadas, por meio de um substancial ajuste estrutural, voltado à elevação da diversificação interssetorial e à internalização e integração vertical dos segmentos produtivos da Segunda Revolução Industrial, no período de vigência do II Plano Nacional de
Desenvolvimento (PND), durante o governo Geisel, entre 1974 e 1978.
Cumpre recordar que o II PND priorizou a alocação de vultosas somas de recursos na concretização de projetos nas áreas de insumos básicos, infraestrutura e bens de capital, financiados, predominantemente, por poupança institucional, intermediada