MACHADO
Doutora em Antropogia Social na UFRGS e Pesquisadora Associada ao Núcleo de Pesquisa em Antropologia do corpo e da Sáude (NUPACS)/UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil. paulasandrine@yahoo.com.br
O artigo relaciona-se aos jovens intersex, sendo analisado pela perpectiva de profissionais médicos com a dos familiares envolvidos. Partindo de dois eixos analíticos: o olhar generificado que trata-se de operacionalizar o argumento de que o sexo é, desde sempre, marcado pelo gênero sobre a anatomia e as visibilidades/invisibilidades do sexo, onde o foco será dado na categoria ambiguidade, na forma como ela é significada de um lado para os profissionais médicos e, de outro, para as famílias das crianças intersex, serão analaisadas principalmente percepções e as representações.
Nas representações e nas práticas sociais feitas por profissionais de saúde no momento das decisões quanto às cirurgias de "correção da genitália" em crianças intersexuadas, o que inclui desde o momento de perceber uma determinada alteração, diagnosticá-la como intersexo até decidir por uma intervenção visando à adequação do corpo a um ou outro sexo. Parte-se de dois eixos analíticos: a noção de campo de saber e a perspectiva de gênero. Demonstra-se que as decisões estão perpassadas por diferentes visões correspondentes a áreas de saber específico dentro do campo mais amplo da medicina e da psicologia. Ainda, argumenta-se que essas decisões, supostamente neutras, são informadas por fatores culturais, o que aponta para novas apreensões das dicotomias natureza/cultura e sexo/gênero.
Os argumentos centrais são que o sexo é tão contruído na cultura quanto o gênero e que as fronteiras entre o natural e o não-natural são facilmente borradas quando se trata de definí-las a partir do que é considerado dentro ou fora das normas sociais.
A paracência ou o parecer (um pênis ou uma