Machado
A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais [...]
Narrado em terceira pessoa, ocorre no Rio de Janeiro nos fins do Segundo Império; o caçador de escravos fugitivos Cândido Neves casa-se com a noiva Clara que engravida mas, por conta da escassez de escravos fugidios, enfrentam dificuldade financeira. Sem saída, Cândido decide levar o filho à Roda dos Enjeitados para que o bebê não morresse de fome mas, pelo caminho, encontra uma escrava fugitiva e a persegue após entregar o filho a um farmacêutico. Cândido logra capturá-la mas ela suplica liberdade, afirmando que está grávida e não quer um filho escravo. O caçador ignora e entrega a escrava a seu dono. A mulher aborta a criança que esperava, enquanto Cândido recebe dinheiro pela caça e retorna com melhores meios pelos quais sustentar seu filho e esposa. O conto termina com a frase de Cândido: Nem todas as crianças vingam...
A crítica sociológica vê no conto aspectos inteiramente capitalistas e maquiavélicos; existe uma certa "coisificação" do homem quando os senhores, donos e libertos enxergam os escravos como meras mercadorias e objetos,3 como atenuado na passagem [...] grande parte [dos escravos] era apenas repreendida; havia alguém em casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, por que dinheiro também dói. A crítica social do conto