Machado de Assis - Conte
Tempo e lugar: Casa de uma senhora de engenho. Bahia. Depois de 1.700.
Narrador:
Há dois deles, um inicial, que é onisciente, conhece todos os personagens, e o outro, Sr. Veloso, o juiz-de-fora, que conta a história em terceira pessoa. (História dentro da história).
Deixa de dar algumas informações, ex.: o ano exato, o número de pessoas à mesa.
Apresenta os personagens pelo nome, após ter mencionado sua existência. Ex.: “Uma senhora de engenho na Bahia” que depois tem o nome revelado, D. Leonor. “Menos o juiz-de-fora, que não dizia nada”, o nome dele é revelado por D. Leonor “Frei Bento, faça calar o Sr. Veloso. Frei Bento é o único que tem o nome revelado antes, “Frei Bento, carmelita”.
Personagens
D. Leonor, senhora de engenho. – aparentemente religiosa. Sempre recorre a Frei Bento:
“Frei Bento, disse-lhe D. Leonor, faça calar o Sr. Veloso.”
“Não diga esse nome, pediu D. Leonor.” (Sobre a palavra Diabo)
“Bem dizia eu que o Sr. Veloso estava logrando a gente. Não foi isso que lhe pedimos, nem nada disso aconteceu, não é, Frei Bento?”
Frei Bento, carmelita. – Sujeito de habilidades notáveis na área da teologia. Domínio da música. Sempre tranqüilo, não se deixa impressionar pelo que Veloso diz, possivelmente por já conhecer seu caráter.
“Não o faço calar, acudiu o frade, porque sei que de sua boca há de sair tudo com boa significação.” (outro aspecto que se justifica no último diálogo).
Sr. Veloso, juiz-de-fora. – Grande autoridade pelo cargo. Na visão de Frei Bento:
“um dos mais piedosos sujeitos da cidade, e sabia que era também jovial e inventivo, e até amigo da pulha, uma vez que fosse curial e delicada; nas coisas graves, era gravíssimo.”
A delicadeza mostra-se real, ao mudar de assunto no último diálogo do conto:
“Pensando bem, creio que nada disso aconteceu; mas também, D. Leonor, se tivesse acontecido, não estaríamos aqui saboreando este doce, que está, na verdade, uma coisa primorosa. É