Língua real ou idealizada? uma levando à outra!
Uma levando à outra!
“Lá no meu sertão pros caboclo lê
Têm que aprender um outro ABC”
(Luíz Gonzaga, ABC do Sertão)
Este trabalho tem o objetivo de refletir sobre a questão do ensino da língua portuguesa ser baseado na língua real (aquela falada pelo aluno) ou na língua idealizada por muitos gramáticos normativos e pela mídia (a norma culta). A reflexão parte das participações dos cursistas no II Fórum da disciplina LP007 – Redefor 2012, no qual se enfatizou a polêmica desencadeada pelo livro didático "Por uma Vida Melhor", de EJA, Coleção Viver, Aprender, que trata, entre outros assuntos, do uso da variante popular e da variante culta.
A escola de hoje deve proporcionar estudos linguísticos que permitam ao aluno considerar sua linguagem real, aquela que ele utiliza no dia a dia, para depois partir para a variante idealizada. Se o estudo se fundamentar na observação da língua como ela realmente ocorre em situações do cotidiano (realidade do aluno), o estudante se sentirá seguro quanto a sua capacidade de se comunicar e, com os avanços na aprendizagem e a orientação do professor, vai perceber que precisa aprender e dominar a norma culta para compreender e ser compreendido em outras situações de comunicação.
"O mais importante é compreender que qualquer pessoa quando fala não faz sem ‘regras’. Ela pode estar violando uma ‘regra’ da língua padrão, da língua de cultura, da gramática na linguagem formal, mas não viola a ‘regra’ da sua linguagem, da sua própria gramática". (MURRIE, 2002, p,20)
Mesmo depois de tantos textos esclarecedores terem sido publicados por linguistas como Marcos Bagno e Sírio Possenti sobre as variedades linguísticas, a variante popular continua sendo desvalorizada por muitos, principalmente pela mídia. Fato esse comprovado pela polêmica em torno do livro citado acima, em que a autora admite a possibilidade de se falar “Os livro”.
O que se percebe, após a leitura da página desse livro, que contém tal