Uma língua é criada a partir da visão de mundo de cada sociedade, sendo fruto de experiências pessoais, coletivas e, portanto, culturais. E com isso cada grupo social procura representar linguisticamente as divisões cronológicas de “presente”, “passado” e “futuro” de modos diferentes; A falta de contato verbal entre esses grupos sociais fez com que o tempo (fenômeno natural) fosse expresso de formas diferentes, o que explica porque as estruturas verbais não são perfeitamente traduzíveis na transposição de uma língua para outra. E por sua vez, a língua nasceu de uma necessidade de uma pessoa se comunicar com a outra, e não com o objetivo de criar regras e padrões fabricados em laboratórios. O tempo cronológico não é o mesmo tempo da gramática, visto isso, o tempo da gramática (tense) é uma forma simbólica e imperfeita de representar o tempo “tinque-taque” (time). O primeiro tenta expressar o mundo ao redor, mas não consegue exprimir tudo que há neste universo de forma plena, o que cria um impasse entre time e tenses. Isto explica as diferenças de conjugação verbal entre culturas diferentes, de forma que nem sempre encontramos tempos verbais perfeitamente traduzíveis entre dois códigos linguísticos; Perante a isto, o Present Perfect oferece variadas traduções inesperadas para o português. Em escolas as definições para o Present Perfect são bastantes clichês como: - A ação do passado que se estende ao presente, - A ação do passado cujos efeitos se percebem no presente, porém é preciso analisar que o Present Perfect seja plurissignificativo (possui muitos sentidos) em inglês e que os muitos sentidos em destaque nos levam a situações praticas bem diferenciadas em língua portuguesa. Podemos concluir que é preciso atingir o campo da semântica e pragmática, e não apenas um nível morfológico. Depois de saber que o “present” não é o mesmo de relógio, entendemos que Present Perfect tem o ‘Present’ porque o primeiro de seus componentes – o verbo to have – é