Língua de sinais
REILY, Lucia - Unicamp e Puc-Campinas
REILY, Duncan Alexander
GT: Educação Especial /n.15
Agência Financiadora: Não contou com financiamento
Introdução
Os primórdios da história da educação especial foram registrados em diversos tipos de documentos e textos, aos quais não se tem acesso direto no Brasil. Até hoje, livros clássicos como a publicação francesa do médico/educador Edouard Seguin (1866) que discorre sobre sua metodologia fisiológica na educação de deficientes mentais, o livro clássico de John Langdon Down (1877) em que o médico inglês registra a síndrome que denominou de mongolismo, e as metodologias de educação de surdos do abade de l‘Épée (1779) não foram traduzidos e publicados em português. Os relatórios de Jean Itard sobre o processo de ensino de Victor, o menino selvagem de Aveyron foram traduzidos apenas muito recentemente para o português, incluídos na importante contribuição de Banks-Leite e Galvão (2000). Como resultado, muitos textos acadêmicos da área de educação especial no Brasil se caracterizam por realizar citações das citações dos autores que tiveram oportunidade de manusear os registros no exterior. Essa prática vem levando a um distanciamento das fontes primárias, como também a um certo reducionismo sobre os movimentos históricos significativos. Percebemos, por exemplo, que alguns elos se perderam e que faltam dados importantes na narrativa histórica em textos acadêmicos recentes que procuram fornecer uma fundamentação histórica na área da surdez, antes de discutir o recorte pretendido pelo autor. Um autor cita o outro, sem recorrer a fontes primárias, e os equívocos vão se multiplicando. Com relação à história da educação dos surdos, e particularmente do advento da língua de sinais no ensino destes alunos, a redução recorrente fragmenta aspectos que se relacionavam e perpetua interpretações equivocadas. Citam-se fatos isolados, como