Lusíadas
PORTUGUÊS 11º ANO
ANO LETIVO 2012/2013
Estilo Queirosiano
O Adjetivo e o Advérbio Para expressar a sua visão crítica sobre sociedade dos finais do século XIX, Eça socorre-se da expressividade dos adjetivos e dos advérbios de frase. Estes permitem-lhe transmitir ao leitor a impressão daquilo que observa, para que a sua sátira ganhe expressividade e objetividade.
O adjetivo, em Eça de Queirós, é de carácter ousadamente subjetivo. Não pretende estabelecer uma relação direta com o nome que qualifica, mas pretende sugerir relações entre esse nome e outros, excitando vivamente a imaginação. O adjetivo serve assim o carácter impressionista da prosa queirosiana, uma vez que mostra ao leitor a impressão que as coisas produzem no escritor. -Exemplos: "sob a luz suave e quente das velas" (Os Maias); "Avistei a ermidinha virginal dormindo castamente sob os plátanos" (A Relíquia)
É também comum encontrarmos um nome com uma adjetivação dupla ou tripla. Pretende com isto o escritor mostrar a dupla faceta da realidade que observa: por um lado, mostra o que vê; por outro, revela a impressão que lhe fica do que observa. Assim, neste uso duplo/triplo, pretende o autor caracterizar a face objetiva e subjetiva que a realidade nos desperta. -Exemplos: "Apertando a mão suada e amiga do Pimentinha" (A Cidade e as Serras); "Uma gente feíssima, encardida, molenga, reles, amarelada, acabrunhada!..." (Os Maias)
Eça deu também conta da sonoridade melódica do advérbio de frase terminado em “mente” e trabalhou-o com consciência. Mais do que caracterizar a ação/o verbo, o advérbio incide sobre o sujeito, mantendo as mesmas funções do adjetivo. Para tal, Eça inventou uma série de advérbios, fazendo-os derivar despreocupadamente do adjetivo, no intuito de estimular a imaginação do leitor. -Exemplos: "O grande Dornan mamava majestosamente um imenso charuto." (A Cidade e as Serras); "Tu já estiveste em Jerusalém, Alpedrinha? - perguntei eu enfiando