Luiz
Residência José Mário Taques Bittencourt, São Paulo SP, 1960. Arquitetos João Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi
Foto Nelson Kon
A casa situa-se em um bairro residencial em um lote típico de formato quase retangular. É composta por um pavimento térreo com salas e cozinha, um intermediário destinado ao estúdio, um superior aos dormitórios e um último, enterrado, abrigando os serviços – abolindo a tradicional edícula brasileira. A casa configura-se como um único corpo sob o qual se abriga todo o programa. Um pátio interno, organiza e promove a integração visual de todos os espaços, que são articulados em meios-níveis por uma rampa, na dimensão de uma das suas larguras. A solução estrutural é definida por duas paredes “de carga”, apoiadas em quatro reduzidos pontos, que recebem as lajes nervuradas em concreto armado.
Residência José Mário Taques Bittencourt, São Paulo SP, 1960. Arquitetos João Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi. Plantas e corte longitudinal
Esta obra tem enorme relevância no conjunto da obra do arquiteto, bem como para seus discípulos envoltos na denominada “Arquitetura Paulista”. Dela emergiram questões estéticas e problemas construtivos que informaram um fazer arquitetônico por anos a fio, desdobrando-se em outros projetos e tipologias como na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo USP, também de sua autoria. É notável a solução estrutural das paredes de carga sobre poucos e leves apoios conformando pórticos geralmente dispostos na borda das volumetrias, de maneira a alterar em parte a solução tradicional do sistema laje, viga e pilar. Como também, a primazia dispensada aos aspectos expressivos das estruturas, as rampas como elementos articuladores dos percursos e espaços; a introspectiva caixa organizada através de vazios centrais, ou praças, que além das interações espaciais e compositivas, promovem novas hierarquias,