Lucro depois do escandalo
Depois de uma crise sem precedentes, em que até seu fundador foi preso, a Parmalat aumentou seu lucro em 62%. A WorldCom, que chegou a ter sua falência decretada, fatura hoje 27 bilhões de dólares por ano. A Tyco, cujas ações perderam 70% do seu valor de face, já caminha para o mesmo patamar acionário dos tempos pré-crise. Essas empresas experimentam situações muito parecidas: passaram por graves dificuldades e já dão sinais claros de recuperação. Entenda-se por dificuldades aquelas crises com todos os ingredientes de uma hecatombe sem volta. Essas companhias foram flagradas em casos que envolveram evasão fiscal, sonegação de impostos e até desvio de dinheiro. Durante semanas seguidas, freqüentaram as seções policiais dos veículos de comunicação (em vez da tradicional cobertura econômica) e alguns de seus dirigentes foram parar atrás das grades. O crédito sumiu, as dívidas se revelaram em toda a sua grandeza -- 14 bilhões de dólares no caso da Parmalat -- e tudo parecia indicar que o fim era iminente. Em pouco tempo, no entanto, o quadro se transformou. Os lucros voltaram a aparecer, as dívidas estão razoavelmente renegociadas e as vendas praticamente se normalizaram. Como isso foi possível? O que elas fizeram para se recuperar?
Parmalat
O escândalo
Descoberta de balanços anuais falsificados que encobriam prejuízos de 14 bilhões de euros
O pior momento
Fábricas fechadas e queda no faturamento. No Brasil, as vendas da empresa caíram 77%
Situação atual
Depois de 11 meses, a empresa registrou aumento nos lucros de 62%
Não existe uma receita única para vencer uma crise de imagem. Empresas podem sofrer abalos diferentes em sua reputação. As situações da MCI, da Tyco e da Parmalat não envolviam dificuldades diretas com os produtos ou serviços oferecidos por essas corporações. Os clientes continuavam plenamente satisfeitos com o leite da Parmalat ou com as ligações telefônicas da WorldCom. O que aconteceu foi um problema