Luckezi 2
Na introdução, o autor comenta a cronologia dos textos, apontando a ênfase de cada um, bem como situa o leitor no contexto de cada produção. Como ele mesmo diz, o livro constitui-se de um relato de sua trajetória pelo tema da avaliação, mostrando o caminho que trilho.
No primeiro capítulo “Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame” (1991), Luckesi discute os interesses dos agentes educacionais sobre o sistema de promoção ou não dos estudantes. Para ele, o exercício pedagógico escolar é atravessado mais por uma pedagogia do exame que por uma pedagogia do ensino/aprendizagem (LUCKESI, 2010 [1994], p. 18). O capítulo apresenta os seguintes tópicos de análise: atenção na promoção, sem se importar com as notas obtidas; atenção nas provas; atenção dos pais na promoção; os estabelecimentos de ensino centrados nos resultados de provas e exames; o sistema social que se contenta com notas obtidas nos exames.
Luckesi conclui, neste capítulo, que os sistemas de exames, com suas notas e manipulações, polarizam todos. Isso resulta no fato dos professores elaborarem provas para provar os alunos e não para auxiliá-los em sua aprendizagem. E também no uso da avaliação de aprendizagem como disciplinamento social dos alunos. É importante ressaltar que o autor pontua que “O medo e o fetiche são mecanismos imprescindíveis numa sociedade que não opera na transparência, mas sim nos subterfúgios.” E acrescenta que “Por fetiche entendemos uma ‘entidade’ criada pelo ser humano para atender a uma necessidade, mas que se torna independente dele e o domina, universalizando-se”(op. cit. p.23). Percebemos, assim, que a avaliação tornou-se um mecanismo de controle que se justifica por si mesmo no sistema educacional, cuja concepção pouca consideração se tem levado em conta. Os resultados numéricos é que