Luciola
Tempo Cronológico e Tempo Psicológico
Tempo cronológico é o contado no relógio, horas, dias, anos, numa ordem linear de tempo. Uma sequência em sentido horário.
Exemplo: Hoje, acordei, tomei café e me vesti para ir trabalhar. Como peguei um engarrafamento enorme, terminei chegando atrasada.
Tempo cronológico = seguindo o relógio, o calendário... Sempre para frente. Presente e futuro (mesmo que comece a narrativa em 1980, por exemplo, daí só poderá ir para frente, como no relógio).
Tempo psicológico, é "mental”, não segue uma ordem linear, sequencial.
Exemplo: Estive relembrando os tempos em que corria descalça na terra batida do quintal da casa grande no sítio da minha avó. Senti por alguns instantes o cheiro de terra molhada quando chovia... A memória nos faz reviver tempos que jamais voltarão.
Tempo psicológico = seguindo o pensamento, podendo voltar no tempo, nas lembranças... Pode ficar viajando entre o passado, presente e futuro. (pode começar em 1980, vir para 2009, voltar para 1730), e pode ficar dando "piruetas" no tempo, sem preocupação com o relógio ou com o calendário.
O tempo narrativo da história é “cronológico”. Ou seja, em Lucíola os acontecimentos se sucedem numa ordem quase normal, com uma sequencia natural de horas, dias, meses, anos. Só há um momento em que o fluxo narrativo retroage: quando Lúcia narra a Paulo seu passado. E em dois momentos ele avança: o capitulo I e o finalzinho do ultimo revelam o estado de alma de Paulo seis anos após a morte de sua querida Lúcia. "Terminei ontem este manuscrito, que lhe envio ainda úmido de minhas lágrimas. (...) Hás seis anos que ela me deixou; mas eu recebi a sua alma, que me acompanhará eternamente."
Quem narra a história não é Alencar diretamente. Ele o faz por meio de um personagem que viveu os episódios. No caso, esse personagem narrador é Paulo, quem em cartas dirigidas a uma senhora (por quem o autor se faz passar) conta uma história de amor acontecida há seis anos