Lucas
Editoria:
Da Redação
CONTEXTO • Entre os anos 50 e 70, a industrialização brasileira garantiu ao país altas taxas de crescimento. Com a crise da dívida na década de 80, as fragilidades do país foram expostas. Desde então, as instituições brasileiras progrediram e houve avanços na área social, mas o crescimento não voltou ao ritmo anterior.
IDEIA • O economista Dani Rodrik diz que os países precisam atuar em duas frentes para conseguir crescer no longo prazo. De um lado, apostar na industrialização. Isso o Brasil fez. Precisam também adotar políticas modernizadoras, que fortaleçam a educação e as instituições. Essa é a parte da lição de casa ainda incompleta.
Crescimento de 7%
Até agora, o Brasil se apoiou em estratégias de crescimento rápido. Para se equiparar às nações desenvolvidas, o país terá de mirar um conjunto de políticas que fortaleçam as instituições nacionais mesmo que isso signifique crescer menos
Entre 1950 e 1980, o PIB per capita do Brasil cresceu rapidamente, de pouco mais de 15% do nível de renda dos Estados Unidos para 31%. Foi um desempenho econômico extraordinário, mesmo em comparação com as potências exportadoras da Ásia. No mesmo período, o PIB per capita da Coreia do Sul aumentou de 9% para meros 19% do nível dos Estados Unidos. Se a história tivesse parado em 1980, os analistas estariam falando hoje sobre o milagre brasileiro, não a respeito do asiático. A experiência do Brasil nas duas décadas seguintes não poderia ter sido mais diferente. O país perdeu terreno continuamente em relação aos países avançados, para não mencionar os países asiáticos. O PIB per capita do país despencou para 23% do nível americano em 1994 e, depois disso, recuperouse apenas levemente. Enquanto isso, a renda na Coreia do Sul superou a do Brasil em meados dos anos 80 e agrara atingiu mais de 60% do nível americano. Evidentemente, alguma coisa deu certo no Brasil até a