Luc Ola
Para descrever a personagem Lúcia do Romance Lucíola, é preciso comparar a visão dos personagens da história e tomar suas próprias conclusões.
Começando pela visão de Dr. Sá, amigo de Paulo que é o narrador do Romance, e para o resto da corte, Lúcia não passa de uma prostituta sem sentimentos e sem valor algum, é simplesmente uma linda mulher pecadora, sua única utilidade é divertir as pessoas. Sá começa com sarcasmo no momento em que percebe o interesse de Paulo pela moça e ao apresenta-la a caracteriza como uma moça sozinha em uma festa da corte, que para a época em 1853 significava muito, o principal é que não era uma moça de família.
Lúcia na visão de Paulo é duvidosa, pois ele se apaixona a primeira vista, e a visão de um apaixonado é Platônica então a idealiza no momento em que a viu, ele só consegue ver o lado positivo dela mesmo sabendo que a moça era cortesã, não a despreza como as outras pessoas, que é um ato natural do ser humano, o chamado pré-conceito. Desde o princípio, Paulo sempre a tratou como uma dama mesmo sem saber os reais motivos para que ela tivesse esta profissão.
Lúcia era uma cortesã da mais distinta classe no Rio de Janeiro, mostrando ao decorrer da trama duas personalidades marcantes uma angelical, quando tem vergonha de mostrar os seios e outra pecadora, pela própria profissão. Podemos fazer uma analogia com histórias bíblicas onde a mulher é a grande pecadora, comparando Lucia entre duas grandes vertentes Eva, a pecadora e Virgem Maria, a santa, que na literatura ou no mundo onde vivemos é assim, ou a mulher é uma santa pra casar, ou a mulher é uma pecadora que não vale nada ou presta para algumas noites de prazer. Ao decorrer do livro, Lúcia é como Eva a prostituta, mas ela se torna Santa ao morrer, foi santificada. O livro é totalmente cristão, outra analogia é com a história de Maria Madalena e no cristianismo não existe pecado que não seja perdoado, mas a redenção pode ser a morte, principalmente