loucura como forma de vivier
Por outro lado, psiquiatria também é moralização. Desta forma, mesmo não existindo alterações orgânicas, existe moral. Olhando por este aspecto, se a medicina não incluir os portadores de sofrimento mental em algum código da CID ou do DSM, a sociedade pode considerá-los como imorais.
Por exemplo, se uma pessoa sai pelada à rua pra jogar o lixo fora, a sociedade vai dizer que ela é uma sem-vergonha, julgando o comportamento anormal como imoralidade, sem sequer saber o que motivou a atitude. Para essa pessoa, ela não estaria vestida? Ou ainda, será que ela não acha normal esse comportamento? Temos que levar em consideração que não existe um saber melhor que o outro. Existem saberes diferentes e, para o portador de algum transtorno mental, no saber dele, seu comportamento, muitas vezes, não é anormal.
Podemos ver que não é tão simples definir e muito menos compreender a loucura, processo que vem sendo feito desde os primórdios da civilização, época em que os “loucos” já sofriam preconceitos. Desde então, a doença mental vem sofrendo influências de opiniões religiosas, mágicas, psicológicas, racionais, médicas, dentre outras, todas tentando encontrar uma definição para aquilo que se chamava loucura. No século XVIII, Pinel trouxe um novo entendimento sobre a loucura, que passou a ser considerada uma doença e, conseqüentemente, objeto de estudo da medicina (SPADINI e SOUZA, 2006).
Já que loucura passou a ser doença, precisava-se então