losurdo
Henrique Yagui Takahashi1
Introdução:
Esse texto2 é resultado de minha monografia entitulada como “Capítulo 4,
Versículo 3”: uma teologia dos Racionais MC’s entregue no ano de 2012. O objetivo é de mostrar os principais apontamentos, entre as quais, uma das hipóteses principais é da produção de uma moralidade específica na música Capítulo 4, Versículo 3. A moralidade dessa “música” é produzida e expressa na resignificação de três “matrizes discursivas”: a teologia cristã, os códigos morais e éticos do “crime” e uma estrutura social racializada assimetricamente. De modo que a articulação dessas “discursividades” serão expressas numa teologia dos Racionais MC’s.
Os Racionais MC’s são um grupo de rap paulistano formado pelos integrantes:
Mano Brown, Edy Rock, Ice Blue e KL Jay. Os três primeiros seriam os rappers, ou seja, aqueles que cantam as músicas, e o último seria o DJ (Disc Jokey), aquele que
“tocam” as músicas através de toca-discos denominado também como pick-ups. Surge no final dos anos oitenta, sendo um dos pioneiros e é considerado um dos principais nomes desse gênero/estilo musical denominado de rap no Brasil. Os álbuns lançados são Holocausto Urbano (1990), Escolha seu caminho (1992), Raio-X do Brasil (1994),
Sobrevivendo no inferno (1997), Nada como um dia após o outro dia (álbum duplo:
Chora agora, Ri depois de 2002), o DVD 1000 trutas, 1000 tretas (2006) e Tá na Chuva
(2009).
O significado do termo rap é rhythm and poetry que na tradução seria “ritmo e poesia”. Surge nos Estados Unidos durante a década de oitenta nos guetos norteamericanos, mais especificamente nos bairros “negros”, como uma das vertentes do chamado movimento hip-hop juntamente com o break (dança) e o grafite (arte visual).
Esse movimento cultural possui a característica de crítica contra o desemprego, má infraestrutura dos bairros, racismo e a Guerra do Vietnã. Segundo a letra de música
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